Eu, fora de mim.

Tenho muitos sonhos. Durante a noite viajo por lugares diferentes, subo escadas, como comidas estranhas. A noite passada tive um sonho muito estranho e mórbido. Eu tirei de dentro de mim o cérebro, o que fez com que meus olhos não pudessem se abrir e meu corpo ficasse morto. Olhei para meu rosto, sereno. E pensei que não ficaria tão feia depois de morta, afinal. O rosto liso, tranqüilo. Lavei meus cabelos, ensaboei, enxagüei. Alguém levantou meu corpo. Eu disse pra pessoa não fazer isso, eu estava desligada, sem partes internas, não poderia me mexer. Eu me vi preparando meu próprio corpo. Acordei e pensei que estava lavando meu corpo de morta. Estranho isso. É como se eu tivesse matado coisas internas que não precisam necessariamente ser partes físicas. Posso ter matado a esperança, a confiança nas pessoas. Posso ter me “apagado” e me lavado para me fazer renascer renovada. Outra pessoa. Mais pura, mais jovem, mais limpa. Menos crente, menos ingênua. Não sei. Muito estranho o meu sonho. Demais.

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