Quem tem poder, não grita.

Quando trabalhamos num ambiente onde circulam muitas pessoas, muitas vezes somos protagonistas de situações nem sempre equilibradas. E pessoas, idem. O jogo do poder, ou do exercício do poder, é algo que se manifesta em todos os níveis na escala de cargos e funções. Fácil seria se todos primassem pelo respeito dentro da disputa por chefias ou lideranças.
Outro dia ouvi uma colega dizer gritando que "quem grita é porque não tem poder". Verdade, concordo com ela. Acredito que quem tem poder, seja qual for, da palavra, de persuasão ou de decisão, não grita, fala. Não agride, argumenta.
Porém, além da simples dificuldade de não falar e sim gritar, tem algo que é pior e mais gritante (trocadilho infame, como diria Millôr). A maldade. Pior que o descontrole emocional no trabalho é a maldade pura.
Conheço pessoas que, no trabalho, torturam colegas com ameaças veladas, diretas ou indiretas, com ameaças infundadas, sem cabimento legal ou não.
Hoje é moda falar em bullying, palavra estrangeira que quer dizer pressão, ameaça, incômodo, assédio moral, etc,etc,etc....e expressa o que é o "valentão" da turma, aquele que a todos incomoda, a todos agride. O dono da bola, o dono da vez. Aquele que ninguém quer estar perto ou chegar perto. Aquele que, mais cedo ou mais tarde, perde a bola e fica sozinho.
Quando convivo com pessoas assim e vejo o exercício podre do poder, torço para que perca mesmo a bola, as chuteiras, o jogo todo e, quem sabe, aprenda alguma coisa com isso. Quem sabe aprenda que fazemos parte de um sistema de cooperação humana e profissional em que o respeito ao outro deve vir antes de tudo,sob pena de sermos relegados, no mínimo, à solidão.

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