Novembro

O mês de novembro é sempre o mais pesado pra mim. Talvez por estar muito próximo ao final do ano e eu descobrir (novamente) que muita coisa ficará (novamente) para o ano que vem e o outro e outro e os outros anos que vem. E espero que realmente venham. Não há lamento em perceber que ainda não realizei muitos sonhos, mas há um certo acomodamento em meus desejos, em minhas vontades. Coisas que pareciam imprescindíveis passaram à categoria das totalmente descartáveis. Outras coisas que pareciam não ter importância passaram a ser fundamentais.
A passagem do tempo, o crescimento, as necessidades. Hoje quero menos em minha vida. Menos trabalho, menos barulho, menos cobrança. Menos notícias ruins, menos catástrofes. Menos dores, menos dramas.
Mas, o mês de novembro tem um peso enorme agora, às vésperas do décimo segundo mês do ano.Talvez por trazer o peso de todas as ausências desse ano, de todas as presenças indesejáveis, de todas as noites mal dormidas, os dias espichados, quentes e arrastados. Ou o peso das semanas frias e chuvosas do inverno gaúcho.
Minha paciência é curta, a vontade também. Culpa do mês de novembro.