As borboletas dentro de mim
O dia amanheceu cinza. Dor nos ombros, vontade de ficar na cama dormindo, sem conseguir dormir. A Necessidade me empurra pra rua. Estaciono na frente do banco, tudo funciona no caixa eletrônico. Vou pra Lajeado, duas paradas de cinco minutos. Estaciono na frente de onde preciso ir. Os Azuizinhos não aparecem. Na primeira parada encontro um moço muito alto e me espanto. Do nono andar ao térreo trocamos informações: ele mede 2,10 e eu 1,50! Fiquei pensando que deve ser bom enxergar as coisas de outro patamar!
Na segunda parada o porteiro deseja ótimo final de semana e já estou lá na calçada, correndo e me concentrando, ao mesmo tempo, para não perder nada (óculos, chave do carro, agenda). As borboletas dentro de mim começam a bater asas querendo voar. Sinto a alegria voltando. Na rua um jardineiro podando plantas na calçada. Paro e pergunto se posso pegar as lindas plantas que estão espalhadas, espantado ele diz que sim, pois vão pro lixo. Na faixa de segurança uma moça fica indecisa, eu faço um gesto indicando que ela pode passar. Ela passa em frente ao carro lentamente e me devolve um baita sorriso. Fico olhando pra ela passar e ir adiante e seu sorriso me ilumina mais ainda e a essa altura preciso abrir a janela do carro para que as borboletas saiam voando. No rádio Nando Reis entoa Sebastião a vida é boa. Sim, a vida é boa e é bela. E é boa.
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