Eu escrevo

Quando eu casei, em 1980,  me sentia uma alienada, e hoje ainda creio que era. Gostava de novela, assistia noticiário na tv (hoje sei que é tendencioso) e não entendia nada de política. Meu marido, ao contrário de mim, e esse também foi um dos motivos que me fez apaixonar por ele, entendia e era militante do pc do b. PC do B. Partido Comunista do Brasil. E ia a reuniões, participava do sindicato e marcava presença em frente às fábricas para incentivar os operários a entrarem em greve. Até saiu no jornal numa ocasião. Não de morou muito perdeu o emprego. E com isso a estabilidade, a carteira assinada, um bom salário. E não conseguiu mais emprego. Seu pai morreu, nos mudamos para Santa Cruz, ele passou a trabalhar para os irmãos e tentar e tentar e tentar ser empresário e dono do seu próprio nariz. Continuou politizado, entendendo das coisas. O país passou por muitas mudanças, muitos períodos críticos na economia, e nós passamos por muitas, muitas dificuldades. No final de nosso casamento ele já não era tão radical, já tinha mudado a sua postura e o seu desejo de mudar o mundo. E eu, afinal de contas, me tornei uma pessoa mais crítica, menos alienada, acredito menos em papai noel. Hoje, décadas depois, meus filhos estão participando de manifestações por um país melhor, sem corrupção, com educação de qualidade. E muitas outras coisas. Eles cresceram num país difícil. Meu marido nunca conseguiu ser o empresário que queria ter sido. Os impostos que pagava como micro empresário comiam toda a sua possibilidade de lucro e crescimento. Ele foi um heroi. Todos nós, brasileiros, fomos. As gurias estão em Porto Alegre e são muito, muito parecidas com o pai delas. O Lucas também. E eu.....? Escrevo sobre isso.

Comentários

Anônimo disse…
Entendi que ainda falta a sua parte ou já está tudo escrito?
Clau disse…
Entendi que ainda falta a sua parte ou já está tudo escrito?
Ly disse…
Acho que está tudo escrito...eu fui testemunha disto tudo.

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