Ainda a solidão
A solidão é algo muito mais sério e profundo do que pode parecer. E é antiga. Cristo, por exemplo, foi traído por Iscariotes, negado pelo amigo Pedro e, na cruz, teria dito, Senhor, Senhor, até Você me abandonaste?
Outro exemplo histórico é o de Júlio César, o Imperador dos imperadores, o César dos césares que, atônito e solitário, constata que até o filho adotivo, Brutus, tornara-se inimigo, dizendo "até tu, Brutus?". O gaúcho Getúlio Vargas, na solidão do Poder, não contava com mais ninguém, quando de seu fim trágico. Há, também, a solidão da fama. Ídolos populares cercados de fãs por todos os lados, mas que sentem o peso terrível da solidão, por falta de amigos de verdade. Alguns simplistas, acham que é falta de amor ou similares. Outros entendem que uma simples terapia resolve. E não é bem assim. Uma carência de amizades realmente é algo sério. Ter um ombro amigo, no qual se possa confiar, com o qual se possa contar, sempre é muito bom. No entanto, várias vezes o conflito ocorre dentro de uma mesma pessoa. O ego contra o super ego e este contra o alter ego, enfim, o desencontro da pessoa consigo própria.
E aí entra uma espécie de necessidade de um streaptease da alma, revolvendo os fantasmas existentes dentro de si. Não é fácil, mesmo querendo. A nudez física é um nada ou quase nada. Basta tirar umas 3 ou 4 peças e a pessoa está nua. Em um médico, no campo naturista, em uma aldeia indígena, sequer tem significado. A semi-nudez das praias, idem. Qual a razão da dificuldade de efetuar-se o desnudamento da alma, do espírito, do íntimo? Apenas para citar-se um exemplo, clássico, a célebre paciente do Dr. Freud necessitou de sessões e mais sessões de hipnose para conseguir descobrir sua atração pelo pai. E que resultaria nos célebres complexos de Édipo e Jocasta. Claro que cada um é cada um. E dentre os bilhões de pessoas, inexiste uma que possua um pensamento exatamente igual à outra. E todos somos um poço de virtudes, mas também de limitações, de ausência de algumas qualidades. Mas, mesmo sendo corretos, decentes, solidários, há alguns deslizes que ficam, marcam, traumatizam. E é aí que entra a necessidade e mesmo a dificuldade do tal streaptease total. Fatos que não lembramos, detalhes que não se encontram no consciente, "esquecimentos" de dissabores e daí por fora, entrando em intimidades que, por vezes, a pessoa esconde de si própria. E, como sempre, há diferenças de pessoas para pessoas. Um fato idêntico nem sempre possui a mesma significação e importância, pois depende de uma série de fatores e circunstâncias. Uma moeda subtraída da bolsa da mãe, na infância, pode não significar nada ou quase nada para muitos, assim como pode resultar em um complexo de culpa terrível para outros. Observe-se que algumas pessoas sentem falta de amigos, namorados e outros relacionamentos pessoais. No entanto, não é incomum que tais pessoas dificultem amizades, namoros e relacionamentos, especialmente quando o conflito é interior. Claro que outra pessoa pode colaborar e ajudar no referido desnudamento, assim como pode atrapalhar. Se for alguém digno de consideração, afeto e sobretudo confiança, ótimo. Caso contrário...
"Fatos que não lembramos, detalhes que não se encontram no consciente, "esquecimentos" de dissabores e daí por fora, entrando em intimidades que, por vezes, a pessoa esconde de si própria."
Numa vertente diversa de tal linha de pensamento, pode-se concluir que, aparentemente, o mundo todo está errado (às vezes, está mesmo). Ficar toda uma vida tentando consertar e modificar o mundo nem sempre é viável e, em assim sendo, o grande (e simples) segredo constitui entrar em uma espécie de coexistência pacífica com pessoas, escala de valores e comportamentos que abominamos.
Outro exemplo histórico é o de Júlio César, o Imperador dos imperadores, o César dos césares que, atônito e solitário, constata que até o filho adotivo, Brutus, tornara-se inimigo, dizendo "até tu, Brutus?". O gaúcho Getúlio Vargas, na solidão do Poder, não contava com mais ninguém, quando de seu fim trágico. Há, também, a solidão da fama. Ídolos populares cercados de fãs por todos os lados, mas que sentem o peso terrível da solidão, por falta de amigos de verdade. Alguns simplistas, acham que é falta de amor ou similares. Outros entendem que uma simples terapia resolve. E não é bem assim. Uma carência de amizades realmente é algo sério. Ter um ombro amigo, no qual se possa confiar, com o qual se possa contar, sempre é muito bom. No entanto, várias vezes o conflito ocorre dentro de uma mesma pessoa. O ego contra o super ego e este contra o alter ego, enfim, o desencontro da pessoa consigo própria.
E aí entra uma espécie de necessidade de um streaptease da alma, revolvendo os fantasmas existentes dentro de si. Não é fácil, mesmo querendo. A nudez física é um nada ou quase nada. Basta tirar umas 3 ou 4 peças e a pessoa está nua. Em um médico, no campo naturista, em uma aldeia indígena, sequer tem significado. A semi-nudez das praias, idem. Qual a razão da dificuldade de efetuar-se o desnudamento da alma, do espírito, do íntimo? Apenas para citar-se um exemplo, clássico, a célebre paciente do Dr. Freud necessitou de sessões e mais sessões de hipnose para conseguir descobrir sua atração pelo pai. E que resultaria nos célebres complexos de Édipo e Jocasta. Claro que cada um é cada um. E dentre os bilhões de pessoas, inexiste uma que possua um pensamento exatamente igual à outra. E todos somos um poço de virtudes, mas também de limitações, de ausência de algumas qualidades. Mas, mesmo sendo corretos, decentes, solidários, há alguns deslizes que ficam, marcam, traumatizam. E é aí que entra a necessidade e mesmo a dificuldade do tal streaptease total. Fatos que não lembramos, detalhes que não se encontram no consciente, "esquecimentos" de dissabores e daí por fora, entrando em intimidades que, por vezes, a pessoa esconde de si própria. E, como sempre, há diferenças de pessoas para pessoas. Um fato idêntico nem sempre possui a mesma significação e importância, pois depende de uma série de fatores e circunstâncias. Uma moeda subtraída da bolsa da mãe, na infância, pode não significar nada ou quase nada para muitos, assim como pode resultar em um complexo de culpa terrível para outros. Observe-se que algumas pessoas sentem falta de amigos, namorados e outros relacionamentos pessoais. No entanto, não é incomum que tais pessoas dificultem amizades, namoros e relacionamentos, especialmente quando o conflito é interior. Claro que outra pessoa pode colaborar e ajudar no referido desnudamento, assim como pode atrapalhar. Se for alguém digno de consideração, afeto e sobretudo confiança, ótimo. Caso contrário...
"Fatos que não lembramos, detalhes que não se encontram no consciente, "esquecimentos" de dissabores e daí por fora, entrando em intimidades que, por vezes, a pessoa esconde de si própria."
Numa vertente diversa de tal linha de pensamento, pode-se concluir que, aparentemente, o mundo todo está errado (às vezes, está mesmo). Ficar toda uma vida tentando consertar e modificar o mundo nem sempre é viável e, em assim sendo, o grande (e simples) segredo constitui entrar em uma espécie de coexistência pacífica com pessoas, escala de valores e comportamentos que abominamos.
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