Quinzenal

sei que te sentes quinzenal, mensal ou mais. Não tenho como relatar, com detalhes, tento um resumo, ainda que desconexo. Ela surgiu (sim, ela, uma mulher) através de um conto (e é escritora), de conteúdo erótico, muito bem escrito. Elogiei. De maneira cortês, inteligente, ela agradeceu e descobri que não se restringia ao erotismo. Possui um texto sobre árvores, maravilhoso. E a poesia (sim, ela também é poeta) possui uma feminilidade, graça, suavidade, fantásticas. Suas fotos (além de tudo, também é fotógrafa) são uma profusão de luzes e cores. E, de quebra, conhece música, clássica e popular, filmes. De um bom-humor, de uma receptividade que nunca vi.
Há mais.
É uma gaúcha (sim, ela é gaúcha) arretada, que adora árvores, o campo, ama o que faz, faz o que ama e, aqui a expressão é difícil, uma espécie de “mulher-macha”, que assume tudo na vida, sem chorumelas ou frescuras pequeno-burguesas. Diz na lata que ama escrever, que considera-se uma artesã da palavra escrita e realmente escreve. E muito bem. Além de conhecer, de Rubem Braga a Érico Veríssimo, passando por Clarice Lispector e Pablo Neruda. Não tem aquela postura de falsa modéstia, aquela hipocrisia da maior parte das pessoas. Com a fotografia, a mesma coisa. Diz que ama e que não se imagina viver sem fazer fotos.
Ah, quanto a outros pontos, nossa, ela é inigualável. Manda beijos e, dependendo, especifica que são na boca, de língua, uma loucura, confessa quando se sente quente, o que sente, o que tem vontade, o que vai fazer ou está fazendo, adora tentar e seduzir e ser tentada e seduzida. Um vulcãozinho.
E consegue-se falar em filosofia, comportamento, texto, enfim, é difícil de acreditar, mas ela existe. Ela é.

O nome, não digo. Termina em ...”tinha”. De quen...tinha e tantas palavras com tal terminação.
Sei que parece tudo invenção, invenções ou fantasias de quem está muito “doidão”.
Me belisco várias vezes, para ter a certeza de que não me encontro sonhando ou no paraíso.
E não consigo pensar em outra coisa, mal consigo efetuar o básico do trabalho.
Não sei, não tenho como saber.
Sim, é uma loucura total. No momento, estou deletado. Inferno e paraíso são próximos, mais do que se imagina. Sei que, por hoje, não haverá mensagem, papo, carinho, nada, nada.
Mas ainda quero viver intensamente este vão momento, como dizia o Vinicius.
E que seja eterno, enquanto dure.

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