Revisitar Florbela
Revisitar Florbela Espanca sempre é regenerador. Sentimentos apenas adormecidos à espera de um sinal, bem de leve, para que refloresçam, renasçam, rebrotem. O maravilhoso da palavra reside nessa capacidade imensurável e atemporal em enternecer, encantar e reverberar em corações apaixonados, em corações eternamente solitários.
Um dos meus preferidos...
Meu Amor, meu Amado, vê... Repara:
Poisa os teus lindos olhos de oiro em mim,
– Dos meus beijos de amor deus fez-me avara
Para nunca os contares até ao fim.
Meus olhos têm tom de pedra rara,
– É só para teu bem que os tenho assim
E as minhas mãos são fontes de Água clara
A cantar sobre a sede dum jardim.
Sou triste como a folha ao abandono
Num parque solitário, pelo Outono,
Sobre um lago onde vogam nenufares...
Deus fez-me atravessar o teu caminho...
–Que contas dás a Deus indo sozinho,
Passando junto a mim, sem me encontrares?
Soneto II
Um dos meus preferidos...
Meu Amor, meu Amado, vê... Repara:
Poisa os teus lindos olhos de oiro em mim,
– Dos meus beijos de amor deus fez-me avara
Para nunca os contares até ao fim.
Meus olhos têm tom de pedra rara,
– É só para teu bem que os tenho assim
E as minhas mãos são fontes de Água clara
A cantar sobre a sede dum jardim.
Sou triste como a folha ao abandono
Num parque solitário, pelo Outono,
Sobre um lago onde vogam nenufares...
Deus fez-me atravessar o teu caminho...
–Que contas dás a Deus indo sozinho,
Passando junto a mim, sem me encontrares?
Soneto II
Comentários