Não posso mais viver sem você.
Amor da minha vida,
tantas vidas,
tantos anos
sem te encontrar
tantos enganos e desenganos
tantos caminhos equivocados
tortuosos, estreitos
tantas ruas, vias, veios
tantos muros,
estradas,
chão.
Tantos anos,
meses, dias
Tantas horas sem você
Noites, luas, sóis
Chuvas, águas, rios
Tantos mares tantas léguas
Tantos passos,
tantos abraços,
tantas vezes
sem saída.
Nomes, caras, bocas
Tantos sorrisos
Lágrimas, perdas
Dores,
tanta, tanta, tanta solidão.
E agora, amor? O que faço agora que te encontrei?
Estou aqui de mãos vazias e olhos hirtos, coração cortado
fatiado, costurado, remendado.
Cheguei tarde, segundo tuas teorias millorianas
pelo caminho errado, no espaço impossível
estou aqui, no meio,
tu já está na saída.
Pra que viver uma vida assim
toda vazia, toda boba, toda crua
sem sal e sem açúcar
uma vida vadia
nua.
Não posso mais viver sem você,
compreende?
E, segundo a teoria tatiniana,
compreender é mais, muito mais
que entender.
Comentários