Um belo e mágico lugar

Esse ano comemorou-se 100 anos de existência da estrada de ferro que corta Marcelino Ramos. Vi placas e folders comemorativos, mas também vi a Estação Férrea em petição de miséria. Portas e vidros quebrados, parquê arrancado do chão, fezes espalhadas pelas salas mais escondidas. O local está abandonado, embora haja lixeiras novas do lado de fora. Ao longo dos trilhos de trem e da estação, o rio desliza tranquilo, alheio a tudo. Os trilhos do trem sobre a ponte, reformados, alguns, outros com pregos espetando pra fora, ameaçando furar os pneus dos carros que ousam passar por eles. Os dormentes largos, grossos, alguns rachados, alguns faltando pedaços. A ponte,sobrevive, intacta, compacta, como que dizendo; estou aqui. O trem que apita de vez em quando carrega apenas grupos de turistas assombrados, sonhadores, imaginado quem passou por ali em tempos de outrora.
Um belo e mágico lugar.

Comentários

Anônimo disse…
O fato ilustra o que fizeram com o país. Em janeiro de 63 fui de trem de Jaguarão a Colônia. E de trem, vim de Montevideo a Jaguarão.
No estado de São Paulo, havia a Cia. Mogiana, Santos-Jundiaí, Paulista, Sorocabana, Noroeste, São Paulo-Minas e a Central do Brasil, que fazia São Paulo-Rio (o que me lembro de cabeça). Tudo acabou-se (ou quase tudo).

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