Naufrágio

sou náufraga dos meus sonhos mais caros
e me deixo levar pelas ondas
entregue
lânguida
serena
resignada

espero tua face amiga
teu olhar tranqüilo
tua mão firme

não desespero
confio na tua natureza humana
e por isso mesmo
num paradoxo
eu temo
por seres humano
e não divino

tua fragilidade
me encanta
na mesma medida
da tua força
imensurável

retiro de ti
todos os dias
os traços da tua ternura
bebo na fonte
da tua sabedoria
e me aqueço com teu amor

estou entregue
as ondas desse mar sem fim
náufraga da minha existência

sem ti
não vivo
não existo

sem ti
penso que o poeta está certo
é doce morrer no mar.

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