Um Conto II
Às vezes ela consegue se olhar de fora, como se fosse outra pessoa contemplando a si mesma. E esse distanciamento permite que se veja com tranqüilidade, sem abalos. Vê sua vida como um desenho bem acabado, sem os borrões e as marcas deixadas pela borracha barata que muitas vezes apagou os traços a serem refeitos. Às vezes ela está dentro do seu ventre, como um feto sendo gestado no sofrimento, sem compreender quem é e para que está no mundo.
Comentários