Theo e Catarina

Catarina já nasceu, mas seus pais só souberam que era uma menina quando ela veio à luz. Contrariando a ansiedade dos tios e avós, os pais de Catarina não queriam saber de que sexo o bebê seria. E nem descobrir ainda na barriga da mãe, com que se parecia. Sua mãe me disse que não queria saber porque esse era, ainda, um dos grandes prazeres da maternidade; a espera, o não saber, a expectativa, o sonho, o desejo. Catarina nasceu no hospital, em parto normal.
Theo ainda não nasceu, mas seus pais já sabem que será um menino. No entanto, seus pais querem que ele nasça em casa, no chamado parto humanizado. Sua mãe está com dificuldades junto ao plano de saúde, que não prevê parto em casa.
Tive três filhos de parto normal, amamentei os três. Mas foram partos traumáticos porque no hospital fiquei em uma "baia" separada de outras por meia parede, sozinha, ouvindo os gemidos, choros, gritos e sussurros de outras mães em trabalho de parto. Horas. Ninguém da minha família podia entrar. Não podia me comunicar com ninguém. Hoje isso me parece totalmente desumano.
Theo e Catarina são filhos de pais que estão na contramão da história. Que bom que eles tem coragem de lutar pelo que acreditam, seja pelo direito de não saber o sexo do filho antes dele nascer ou pelo direito de ter o seu filho em casa, com a família, com tranquilidade, com amor, como querem.

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