Cravina

Lugar: varanda da casa. Em frente, as araucárias, a mata nativa, o poço, a nascente. À direita, a horta. Mais além, o açúde que, neste horário reflete tudo como um espelho. À esquerda, a estrada que eleva aos fundos do sítio ou ao caminho da rua. E o milharal. E a mata. Hora: Crepúsculo, entardecer, fim do dia. Horário em que os pássaros parece que se encontram para um boa-noite. Gosto desse momento. Silêncio, desprovido de sons humanos, ruídos de máquinas. Apenas os pássaros e um leve movimento da brisa nas árvores. 20 horas. No horário de verão. Ainda é dia, claro, e escrevo pra ti. Quando. Quarta-feira, 24 de janeiro.

Hoje fui cedo para São Francisco. O primo me levou até o ponto de ônibus. Queria esperar comigo até que o ônibus chegasse, mas eu pedi que voltasse, não achei necessário que ficasse. Arrependimento. O vento quase congelou-me todinha. Muito frio. Fiquei olhando a paisagem, ao longe e pertinho. Sob meus pés, a grama úmida de orvalho. Mais duas pessoas esperando o ônibus e conversando, parecendo nem sentir o frio.

Após uns quarenta minutos o ônibus chegou. Eu entrei e tive a sensação de estar na barriga da minha mãe. Quentinho. Desci na rodoviária e fui direto comprar a passagem de volta para as 15h 30. Saí à procura da web house; a loja de onde passei as fotos da câmera para um dvd e de onde escrevi e.mail pra ti. Escrevi pra ti, pra Kátia e pra Marilu, porque elas tinham escrito pra mim.

Soninho..............................

Depois que saí da loja fui ao Lago São Bernardo, um lugar lindo, onde eu pescava com meu avô. O hotel é o mesmo que havia naquela época e chama-se HOtel Cavalo Branco. Lembro de uma ocasião em que entrei neste hotel, eu deveria ter uns 6 ou 7 anos, estava tudo branquinho de neve. Estávamos visitando, eu acho, tenho só essa lembrança. Logo que cheguei ao lago, procurei uma sombra e sentei na grama. Fiquei lá algum tempo, contemplando a água, as árvores no entorno, as pessoas (poucas) que passavam. Estava muito quente, sol do meio-dia. Depois, contornei todo o lago devagar, explorando cada árvore, banco, nuvem, água. E foi assim que fiquei queimada do sol. Entrei no pátio do hotel, fiz fotos. Depois retornei ao centro da cidade, devagar e sempre. E o sol queimando. Entrei numa pastelaria, pedi um spraite e um pastel pequeno. Não tinha fome, mas tinha muita sede. Relaxei, descansei, divaguei. Fui então dar uma olhada no comércio local. Só olhar. Estou enxuta, não é qualquer coisa que me seduz, tenho consumido pouco. Fui a uma livraria maravilhosa. Pasme! A cidade é pequena, não tem quase nada, mas tem uma livraria maravilhosa. A gente respira livros, tudo lá dentro tem um ar diferente. E tem mais títulos do Millôr e do Paulinho que nas livraria se Porto Alegre.

Na volta pra casa, dormi no ônibus. Estava muito cansada. O primo já estava me esperando quando cheguei no ponto onde apanhei o ônibus pela manhã. Contei as novidades da cidade (todo mundo queria saber tudo) e depois tomei um banho. Fiz caipirinha pro povo, jantamos, joguei duas rodadas de pife e vim dormir. Acordei a 1h 30, li um pouco e dormi de novo. Agora são....deixa eu ver. 7h 56min. Ainda estou com sono.

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